Um questionamento que surge frequentemente é sobre a infalibilidade das canonizações dos Santos.
Aqueles que buscam por em dúvida a validade de algumas canonizações, costumas proceder com o seguinte argumento:
"O processo de canonização mudou após o Concílio Vaticano II, por isso não pode mais ser considerado como objetivo."
Em resposta, basta olhar para a teologia católica tradicional, e teremos certeza de que esse argumento não tem valor algum:
«É preciso lembrar-se, contudo, de que o Papa, tal como o Rei na lei inglesa, é a fonte de toda a autoridade na lei puramente eclesiástica e pode, portanto, suspender ou modificar o procedimento, se ele quiser. Na plenitude de seu poder, ele poderia canonizar santos sem absolutamente nenhuma preliminar, embora, é claro, ele nunca faria isso.»
(Mons. Philip E. Hallett — Pronotário Apostólico. The Canonization of Saints [A Canonização dos Santos]. Londres: Catholic Truth Society, 1952.)
«[...] e, quando em toda a Igreja, durante os séculos, houve consenso em homenagear uma figura como santa, o julgamento de que assim se poderia portar, com o consentimento pelo menos tácito da Santa Sé, não era menos infalível que os decretos de canonização que o Soberano Pontifice levanta hoje»
(O Magistério ordinário da Igreja e seus Órgãos — J-M-A Vacant, Capítulo I, tradução pessoal)
Depois, alguns argumentam que, em sua natureza, as canonizações em si mesmas não são necessariamente infalíveis. Mas, em contrapartida, a tradição também nos ensina o contrário:
«O papa é infalível ao emitir um decreto de canonização? A maioria dos teólogos responde afirmativamente. É a opinião de Santo Antonino, Melchior Cano, Suarez, São Roberto Belarmino, Bañez, Vasquez e, entre os canonistas, de Gonzales Tellez, Fagnanus, Schmalzgrüber, Barbosa, Reiffenstül, Covarruvias, Albitius, Petra, João de S. Tomás, Silvester, Del Bene, e muitos outros. Em Quodlibet, IX, A. 16, São Tomás diz: "Uma vez que a honra que prestamos aos santos é, em certo sentido, uma profissão de fé , isto é, uma crença na glória dos santos, devemos piedosamente acreditar que também nesta questão o julgamento da Igreja não é passível de erro." Estas palavras de São Tomás, como é evidente pelas autoridades que acabamos de citar, todas favorecendo uma infalibilidade positiva, foram interpretadas por sua escola em favor da infalibilidade papal em matéria de canonização, e esta interpretação é apoiada por várias outras passagens no mesmo Quodlibet. Esta infalibilidade, no entanto, de acordo com o santo doutor, é apenas um ponto de crença piedosa. Teólogos geralmente concordam quanto ao fato da infalibilidade papal nesta questão de canonização, mas discordam quanto à qualidade da certeza devido a uma decreto papal em tal assunto. Na opinião de alguns é de fé, como Arriaga; outros sustentam que recusar o consentimento a tal julgamento da Santa Sé seria ímpio e temerário, como Francisco Suárez; muitos mais (e esta é a visão geral) sustentam que tal declaração é teologicamente certa, não sendo da Fé Divina, pois seu significado não foi imediatamente revelado, nem da Fé eclesiástica como tendo até agora não sido definida pela Igreja.»
«Aquele que ousasse afirmar que o Pontífice teria errado nesta ou naquela canonização, e que este ou aquele santo por ele canonizado não deveria ser honrado com culto de dulia, qualificaríamos, senão como herético, entretanto como temerário; como causador de escândalo a toda a Igreja; como injuriador dos santos como favorecedor dos hereges que negam a autoridade da Igreja na canonização dos santos; como tendo sabor de heresia, uma vez que ele abriria caminho para que os infiéis ridicularizassem os fiéis; como defensor de uma preposição errônea e como sujeito a penas gravíssimas.»
Quando o papa canoniza um santo, ele usa a fórmula ex cathedra:
Assim, quando um Papa canoniza, ele "declara e define", pela tríplice autoridade de Cristo, dos Santos Pedro e Paulo e da sua própria, que tal pessoa é "santa", isto é, que viveu na amizade de Deus, que praticou heroicamente as virtudes, e que está no Céu, intercedendo por nós ( CCC, n° 828 ); e estende o culto do santo à Igreja universal.
Visto que esta frase se refere à fé, pela qual professamos que tal e tal está no céu e que intercede por nós, devemos honrá-lo e venerá-lo (cf. Santo Concílio de Trento, Denz. 1867); que se relaciona com a moral, pela qual temos a certeza de que o santo praticou as virtudes heróicas, e viveu na amizade de Deus (o que não quer dizer que a sua vida tenha sido impecável); que diz respeito ao culto universal e público da Igreja; que é feito pela suprema autoridade apostólica; então esta frase tem o caráter de uma declaração ex cathedra: uma declaração infalível, imutável e irrevogável.
No entanto, nas últimas décadas, uma velha teoria renasceu de suas cinzas: essa teoria consiste na negação da infalibilidade do papa quando canoniza um santo. Assim como esta teoria tem sido freqüentemente usada com o objetivo de depreciar os atos ou escritos de diferentes santos, também é frequente entre os lefebvristas afirmar que o Concílio Vaticano II promulgou graves erros contra a fé: eles não podiam aceitar que os três papas que o implentaram, lutaram contra os excessos da FSSPX e justamente excomungaram o Arcebispo Lefebvre (e seus seguidores)por suas consagrações ilegítimas serem de fato santos.
Queremos demonstrar que esta velha teoria foi explicitamente rejeitada pelo Magistério da Igreja e, portanto, que um católico deve rejeitá-la absolutamente.
Conteúdo de vídeo: https://youtu.be/DVsyQMMH0Rg Este artigo é a tradução deste e deste artigos do site Archidiacre, sendo o segundo já uma adaptação de outro artigo, de Dave Armstrong. Deve ser atualizado com frequência. Mateus 5:11: “Bem-aventurados sois quando os insultarem […] e falarem falsamente contra vocês todo tipo de calúnia por minha causa”. Este artigo, atualizado regularmente, reúne calúnias feitas contra o Santo Padre. É claro que não é exaustivo (seus inimigos os criam obsessivamente todos os dias), mas mostra como os métodos se repetem: suas frases são lidas fora de contexto, com um a priori tendencioso, e ganham significados heréticos e escandalosos quando um mínimo de discernimento e a caridade o descartaria facilmente. Às vezes, chega-se ao ponto de elevar suas meditações, suas homilias, ou suas palestras a um grau magistral autoritário, quando na verdade qualquer católico pode discordar pessoal e respeitosamente de suas opiniões. Já foi r efutado em outro lugar o
CONTEÚDO DE VÍDEO: https://youtu.be/MToXzHFccPQ Tradução autorizada de https://archidiacre.wordpress.com/2021/04/10/paul-vi-pape-universellement-accepte Demonstraremos neste artigo que mesmo os bispos usados pelos sedevacantistas assinaram os documentos do Concílio Vaticano II, e consideraram São Paulo VI como Papa legítimo, mesmo anos depois de sua eleição. «Assim, sua Pequena Igreja não pode de forma alguma pertencer à Igreja Católica. Pela própria admissão de seus mestres, ou melhor, daqueles que vos enganam, não há mais bispos franceses que apóiem e defendam o partido que vocês seguem. Mais ainda, todos os bispos do Universo Católico, a quem eles próprios apelaram e a quem dirigiram suas queixas cismáticas impressas, são reconhecidos como aprovadores das convenções de Pio VII e dos atos que se seguiram, e toda a Igreja Católica é agora inteiramente favorável a eles.» (PAPA LEÃO XII — PASTORIS AETERNI «Absolutamente nenhum bispo os considera e os governa como suas ovelhas. El
Conteúdo de vídeo: https://youtu.be/1SMkMyYs1qA DEFINIÇÃO DE ANJOS Os anjos são as criaturas mais nobres que Deus criou, sendo estas, criaturas pessoais, incorpóreas/imateriais. ADENDOS ANTES DO CONTEÚDO MAIS PROFUNDO: Existem dois erros muito comuns de se cair quando se fala em angeologia 1. O primeiro seria achar que, pela Sagrada Escritura os anjos seriam apenas símbolos para ações de Deus. Como por exemplo, achar que por “Rafael” significar “cura de Deus” então o arcanjo São Rafael seria apenas um símbolo para o que expressa o seu próprio nome. 2. O segundo erro é acreditar que os anjos sejam apenas forças da natureza. Não iremos trabalhar com estas hipóteses que estão fora da ortodoxia católica. OS ANJOS SÃO PURO ESPÍRITO É muito importante salientar esta verdade, principalmente porque ao longa da história houveram várias disputas sobre o assunto, teólogos muito importantes como São Boaventura defenderam que os anjos tinham matéria sutil, ou seja, uma matéria extrem
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