Mais um subterfúgio sedevacantista contra a aceitação universal de Paulo VI

Sejam todos bem vindos ao Apostolado São Tomás de Aquino; eu sou Arlan.

E não faz muito tempo desde que me notificaram de que um sedevacantista no twitter havia proposto uma pseudo-refutação ao vídeo sobre o Papa Paulo VI ser universalmente aceito. Digo "pseudo-refutação" não somente por ser falha, mas também por ser equivocadamente direcionada a um ponto meramente secundário do vídeo. Qualquer um que assistir ao vídeo pode ver que o principal ponto a ser tratado é da inexistência de bispos com jurisdição ordinária que tenham aderido ao sedevacantismo em 1965, além da "vacância eclesial" sedevacantista, com isso quero dizer, que eles não podem se defender do fato de que não houve nenhum bispo sedevacantista antes de 1981, assim fazendo cair sobre eles as palavras de Leão XIII:

«Absolutamente nenhum bispo os considera e os governa como suas ovelhas. Eles devem concluir disso, com certeza e evidência, que são desertores do rebanho de Cristo» (Papa Leão XIII — Carta de 19 de julho de 1893)

Mas agora, o subterfúgio usado por aquele sedevacantista para contrariar a aceitação universal é de que ela só é possível em virtude do fato de que o Papa é a regra de fé para os fiéis, e se nalgum momento bispos ou fiéis não aderiram plenamente a algum ensinamento destes últimos Papas, então a aceitação universal não recai sobre eles.

O grande salto lógico em tudo isso está no fato de que em nosso vídeo nós provamos explicita e comprovadamente que o Papa São Paulo VI foi aceito como Pontífice, isso na sua autoridade e doutina universalmente por todos os bispos acusados de sedevacantismo (mesmo os pouco conhecidos), mostrando inclusive suas assinaturas aos documentos do Concílio.

Na época de São João XXIII nenhum bispo com jurisdição ordinária se levantou contra sua legitimidade, e entre os teólogos aprovados, as maiores críticas que o Papa recebia eram por "falta de exclarecimento" nalgumas de suas falas, mas nunca foi suspeito de heresia ou ilegitimidade senão por indivíduos leigos separadamente.

Visto que todos estes fatos apontam a aceitação universal, e como sabemos, uma vez que o Papa é aceito universalmente, nenhum bispo ou fiéis revoltados pela conduta do Papa separadamente poderá mudar o veredito da aceitação por uma ação posterior.

«Desde que ele foi aceito e vinculado à Igreja como chefe do corpo, não se questiona mais sobre o possível vício de eleição ou a falta de qualquer condição necessária de legitimidade, porque a referida adesão da Igreja cura radicalmente todo vício de eleição, e mostra infalivelmente a existência de todas as condições exigidas.

[...]

a saber, que na época em que Savonarola escrevia suas cartas aos príncipes, todo o cristianismo aderiu a Alexandre e o obedeceu como se fosse o verdadeiro pontífice. Portanto, por esse mesmo fato, Alexandre não era um falso sumo sacerdote, mas um portador da lei. Portanto, ele não era um herege» (Cardeal Billot — Tractatus de Ecclesia Christi, páginas 219-220)

Ainda que presumirmos a tese jesuíta de decaimento ipso facto do Papa que comete heresia (tese essa que não rejeita ou ignora a aceitação universal), se Paulo VI tivesse ensinado heresia posteriormente (aplicamos aqui a data de 1965, com os documentos do Concílio Vaticano II estando compendiados), seria nescessário que bispos com jurisdição ordinária se erguessem contra um antipapa, o que simplesmente não aconteceu. O bispo Thuc só se levantou pelos sedevacantistas em 1981, até esse momento seu currículo já estava manchado pelo sacrilégio sob sagrações episcopais absurdas; ele também já havia aceitado a nomeação que Paulo VI deu para ele como Arcebispo titular de Bula Regina, e assinou documentos do Concílio Vaticano II, é simplesmente absurdo um sedevacantista imaginar que ele mantivesse jurisdição ordinária.

Imaginar que os Papas João XXIII e Paulo VI seriam hereges e que durante décadas a Igreja careceu de qualquer bispo com mandato legítimo, e mesmo de qualquer bispo, com ou sem mandato, para governar seus fiéis, é a mais pura blasfêmia.

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