Excomunhão inválida? saiba a doutrina da Igreja!

Conteúdo de vídeo: https://youtu.be/pvBlhIeyMCI

Algum dia você se encontrou na seginte situação: você se vê na obrigação de sagrar 4 belos bispos sem mandato pontifício, pois considera que assim irá salvar a Igreja; mas agora o Papa escreveu uma encíclica confirmando que você está excomungado? Se este for o seu caso, este artigo é para você!

Hoje não pretendo trazer uma argumentação suficiente da validade da excomunhão de Monsenhor Marcel Lefebvre, mas argumentar sobre a possibilidade dele não ter sido excomungado validamente.

PENAS CANÔNICAS

1. Em primeiro lugar, mesmo que a excomunhão fosse inválida, Monsenhor lefebvre ainda teria sagrado os bispos sem mandato pontifício, o que nos faz apelar ao concílio de Trento, que diz:

«Se alguém disser que os bispos [...] que não foram legalmente ordenados ou enviados pela autoridade eclesiástica e canônica, mas vêm de outro lugar, são legítimos ministros da palavra e dos sacramentos: seja anátema»
(Concílio de Trento — Cânon 7, Sobre o Sacramento da Ordem)

2. Aqui descartaremos completamente a possibilidade de uma missão extraordinária, pois o ensinamento dos Papas e teólogos aponta que ela só seria possível com a apresentação de milagres ou de uma especial revelação das escrituras; por mais que o teólogo Van Noort escreva que:
«A verdade clara, porém, é que as próprias promessas de Cristo excluem completamente a possibilidade de tal missão extraordinária.»
(Van Noort — Christ’s Church, p. 154)

Também, São Francisco de Sales vai argumentar que não se pode ter uma missão extraordinária se ela não for aceita pela autoridade ordinária.

3. Assim sendo, a falta da jurisdição ordinário leva inevitavelmente à invalidade das confissões atendidas por estes padres e bispos, e também à ilicitude de qualquer sacramento que eles confirem validamente.

COMO AGIR PERANTE UMA FALSA EXCOMUNHÃO

Se alguém é falsamente excomungado, ele deve agir com docilidade e buscar reconciliação com o Papa.
Assim diz o Cardeal Caetano:
«Aquele que é injustamente excomungado precisa obedecer, evitando comunhão externa, já que ele é obrigado no foro externo. Isso é o que Gregório estava ensinando quando ele disse que a decisão de um pastor, seja justa ou injusta, precisa ser reverenciada.»
(Cajetan Responds: A Reader in Reformation Controversy, Tommaso de Vio Cajetan, Augsburg Treatises, 1518, Pg.97-98)

Também, aquele que é falsamente excomungado, e quer provar ser católico, deve aceitar todas as prescrições do Papa.
Assim ensina o Beato Papa Pio IX:
«7. Agora, para provar que são católicos, esses neocismáticos apelam para uma declaração de fé, como recordam, que publicaram em 6 de fevereiro de 1870, na qual dizem que não há em quê discordem da fé católica. Mas a ninguém jamais foi permitido provar que é católico, produzindo à vontade fórmulas de fé nas quais é costume passar em silêncio o que não se gosta de confessar; pelo contrário, é absolutamente necessário subscrever as fórmulas propostas pela Igreja, como nos atesta a história eclesiástica de todos os tempos.

8. O que também confirma que sua declaração de fé foi enganosa e pérfida, é que eles rejeitaram o que, de acordo com o costume, foi proposto a eles em Nosso nome, e que Nosso Venerável Irmão Anthony Joseph, Arcebispo de Tyana e legado apostólico de Constantinopla, ordenou-lhes a subscrição por suas cartas de acompanhamento de 29 de setembro do mesmo ano. De fato, é tão contrário à constituição divina da Igreja quanto à tradição perpétua e constante que alguém possa provar a catolicidade de sua fé e se chamar verdadeiramente católico quando não obedece a esta Sé Apostólica. pois é necessário que esta sede, por sua maior primazia, domine todas as outras igrejas, isto é, todos os fiéis espalhados pelo mundo.

(9.) Todas essas declarações são de tal peso que se deve concluir que qualquer homem que tenha sido declarado cismático pelo pontífice romano deve cessar inteiramente de usurpar o nome de católico até que reconheça e reverencie expressamente todo o seu poder.

10. Mas como os neocismáticos não podem tirar nenhum benefício disso, eles se propuseram a seguir os passos dos hereges modernos; eles se desculparam dizendo que a sentença de cisma e excomunhão, contra eles proferida em Nosso nome por Nosso Venerável Irmão o Arcebispo de Tyana, Delegado Apostólico na cidade de Constantinopla, era injusta e, portanto, nula e sem efeito. Chegaram mesmo a dizer que não podiam se submeter a ela, por medo de que os fiéis, privados de seu ministério, abraçassem o partido dos hereges. Mas estas são razões de um tipo novo, completamente inédito e desconhecido para os Padres da Igreja. Com efeito, "toda a Igreja em todo o mundo sabe que a Sé do Apóstolo São Pedro tem o direito de libertar as amarras impostas pela sentença de qualquer bispo, visto que esta Sé tem o direito de julgar os negócios de toda a Igreja, e ninguém pode apelar para seu julgamento. Também os hereges jansenistas ousaram ensinar que, a pretexto de injustiça, se poderia desprezar a excomunhão lançada por seu legítimo prelado, e continuar a cumprir, apesar de tudo, o que chamam de seu próprio dever, Clemente XI, nosso predecessor de feliz memória, publicou contra os erros de Quesnel a constituição Unigenito, pela qual foram proscritas e condenadas essas mesmas proposições que, aliás, não diferiam em nada de alguns artigos de Jean Vicleff, já condenados pelo Sínodo de Constança e pelo Papa Martinho V. Às vezes pode acontecer, é verdade, que por fraqueza humana, alguém é censurado por seu prelado; mas é necessário, como observa nosso predecessor São Gregório Magno, "que quem está sob a dependência de um pastor teme ser preso, mesmo injustamente, e não critique o julgamento de seu pastor com temeridade, para que, embora sendo punido injustamente, ele deve ser culpado, por orgulho e crítica apaixonada, de uma falta que a princípio não existia.

12. Mas os neocismáticos dizem que não se tratava de dogma, mas de disciplina, porque é à disciplina que se refere a Nossa Constituição Reversurus de 12 de julho de 1867 e, consequentemente, não se pode recusar o nome de católicos a quem se recusa a reconhecê-lo. Mas você compreende facilmente, não temos dúvidas, quão inútil e vão esse subterfúgio é. A Igreja Católica, de fato, sempre considerou cismáticos aqueles que obstinadamente resistem aos seus legítimos prelados, e especialmente ao Supremo Pastor, e que se recusam a executar suas ordens e até mesmo a reconhecer sua autoridade. Tendo os membros da facção armênia seguido tal linha de conduta, ninguém poderia de modo algum acreditar que eles estivessem isentos do crime de cisma, ainda que não tivessem sido condenados como tal pela Autoridade Apostólica.»
(Beato Papa Pio IX - Encíclica Quartus Supra)

COMO MARCEL LEFEBVRE AGIU

Já que sabemos a maneira correta de proceder perante uma falsa excomunhão, veremos como procedeu Monsenhor Marcel Lefebvre.

«Reunidos em torno do nosso Superior Geral, os Superiores dos Distritos, Seminários e Casas Autónomas da Sociedade Sacerdotal São Pio X julgam por bem expressar-vos respeitosamente as seguintes reflexões. [...] nunca quisemos pertencer a este sistema que se autodenomina Igreja Conciliar e se define com o Novus Ordo Missæ, um ecumenismo que leva ao indiferentismo e à laicização de toda a sociedade. Sim, não temos parte, nullam partem habemus, com o panteão das religiões de Assis; nossa própria excomunhão por decreto de Vossa Eminência ou de outra Congregação Romana seria apenas a prova irrefutável disso. Não pedimos nada melhor do que ser declarados fora de comunhão com este espírito adúltero que tem soprado na Igreja nos últimos 25 anos; não pedimos nada melhor do que ser declarados fora desta ímpia comunhão dos ímpios. Eles têm, de fato, o direito estrito de saber que os padres que os servem não estão em comunhão com uma igreja falsificada, promovendo evolução, pentecostalismo e sincretismo.»
(Carta Aberta ao Cardeal Gantin - Ecône, 6 de julho de 1988)

«Roma perdeu a Fé, meus caros amigos. Roma está em apostasia. Não são palavras no ar. É a verdade. Roma está em apostasia [...] Eles deixaram a Igreja [...] Isso é certo, certo, certo.»
(Marcel Lefebvre — Conferência de Retiro, 4 de setembro de 1987, Ecône)

«Portanto, devemos ser excomungados pelos modernistas, por pessoas que foram condenadas por papas anteriores. Então, o que isso pode realmente fazer? Somos condenados por homens que são eles próprios condenados»
(Marcel Lefebvre — Conferência de imprensa, Ecône, 15 de junho de 1988)

«Eu ficaria muito feliz por ser excomungado desta Igreja Conciliar [...] É uma Igreja que não reconheço.»
(Marcel Lefebvre — Entrevista de 30 de julho de 1976)

Vocês conseguem tomar as próprias conclusões sobre isso.

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